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30 de jun. de 2009

SONETO DO PÁSSARO

Batem as asas? Rosa aberta, a saia
Esculpe, no seu giro, o corpo leve.
Entre músculos suaves, uma alfaia,
Selada, tremeluz à vida breve.

O que mal percebido, se descreve
em termos de pelúcia ou de cambraia,
o que é fogo sutil, soprado em neve,
curva de coxa atlântica na praia.

Vira mulher ou pássaro? No rosto,
essa mesma expressão aérea ou grave,
esse indeciso traço de sol-posto,

De fuga, que há no bico de uma ave.
O mais é jeito humano ou desumano,
Conforme a inclinação de meu engano.


Apresentado por Ana Paula, Cícero e Rosiléia
Etapa VIA

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